Quero trazer hoje meu ponto de vista sobre o tempo nos negócios e no marketing.
Como lido diariamente com o sentimento do tempo sendo perdido ou bem utilizado?
Assim como você, eu tenho um relacionamento problemático com o tempo. Também sinto que perco tempo com coisas e que preciso ser mais produtiva. Acelero minha vida e quando faço isso sinto uma grande realização.
O problema é quando eu fico nesse estado o tempo todo e não consigo parar.
Por isso o Slow me ajuda.
O Slow é um movimento que nos faz refletir sobre como lidamos com o tempo hoje.
Ele ensina a buscar com consciência quais são os nossos ritmos e a enxergar o tempo como aliado e não como algo que nos aflija ou nos deixe ansiosos.
Quando o Slow encontra o marketing e os negócios, fica claro o quanto é importante entender o papel do tempo nesses dois lugares.
Esse primeiro artigo da série Quebrando os Paradigmas do Marketing é um ensaio sobre o tempo e o que ele significa no nosso marketing e no nosso negócio.
A forma como lidamos com o tempo no nosso negócio é o que determina seu sucesso ou seu fracasso.
Enxergar o tempo pelo que ele realmente é, é o primeiro passo para se chegar mais longe. Segundo Oliver Bukerman, o tempo é você, vivendo sua vida. Ele acaba quando você acaba.
Ele não é o tic tac do relógio, nem os dias, as semanas e os meses. Essas são invenções humanas para nos organizar enquanto sociedade.
Mas você e eu sabemos o quanto ele nos domina.
Meu relacionamento com o tempo só melhorou depois que eu comecei a quebrar o paradigma de que vai dar tempo de fazer tudo.
Hoje eu sei que não será possível, nessa vida, fazer tudo o que eu gostaria. Já fiz as pazes com essa realidade e escolho as coisas que realmente importam no momento que estou vivendo.
E isso é o que aplico no meu negócio e no meu marketing.
Deixei de lado a ideia de que eu preciso conseguir fazer tudo o que todo mundo está fazendo, porque entendi que é impossível e passei a olhar para o que de fato eu consigo e quero fazer.
Eu nao tenho pressa de crescer e não fico me deslumbrando com isso. Eu tenho muita consciencia da minha capacidade como profissional e sei que poderia ir muito além em muitos aspectos do meu marketing e no meu negócio. Mas também tenho consciencia de que eu sou o tempo que eu tenho e por isso sei que sou necessária não só no meu negócio mas em muitas outras áreas da minha vida. Todas elas requerem minha atenção e presença.
Ao me libertar do tempo como algo que tenho que dominar a qualquer custo, sou livre para decidir que coisas realmente valem a pena fazer e viver.
Ao fazer isso, o tempo se torna um aliado porque se transforma em um investimento em algo maior: a construção da vida que eu vivo e quero viver.
Com tudo isso em mente, quero compartilhar com você agora, como eu aplico o ideia do tempo na prática.
Eu imagino o tempo se dividindo nas áreas da Roda da Vida: Qualidade de vida, Pessoal, Profissional e Relacionamentos.
Elas tem um nível de prioridade: Relacionamentos em primeiro, Qualidade de Vida em segundo e Pessoal e Profissional juntas em terceiro. Isso porque o meu trabalho é diretamente ligado a minha realização pessoal. #capricorniane
Então meu negócio ocupa essas áreas e ele tem um tempo que é dele. No meu caso, são aproximadamente 30h semanais – depende da semana… E é preciso ter muita disciplina para fazer as coisas acontecerem.
Por isso eu divido meu trabalho em dois lados que precisam ser atendidos equilibradamente dentro desse tempo:
Um lado que eu chamo de trabalho interno e o outro que chamo de trabalho externo.
O trabalho interno é tudo o que eu faço que requer simplesmente olhar para dentro
- criação e manutenção de sistemas que me ajudam a melhorar o fluxo de trabalho
- análise e melhoria das minhas entregas e dos meus processos de criação
- manutenção administrativa e financeira
- planejamentos trimestrais, semestrais, anuais do negócio
- definição de táticas e estratégias
- pausa e reflexão para onde estou indo
- aplicar o que aprendi em cursos e estudos
Enfim, todo e qualquer tempo que eu uso para arrumar e melhorar o meu negócio, de dentro para fora é o trabalho interno.
Já o trabalho externo é tudo o que eu faço que requer olhar para fora, ou que requer alguma coisa de outras pessoas – sejam clientes, parceiros, seguidores, fornecedores e por aí vai.
- atender meus clientes, entregar o que eu vendi
- as ações de marketing – postar, gravar vídeos, escrever textos, fazer lives
- networking e hub marketing
- participar de eventos
- fazer um curso novo
Exemplo simples, decidi lançar um livro: Escrever o livro é trabalho interno, divulgar e lançar é trabalho externo.
Então para mim a questão é sempre:
Como equilibro esses dois lados e dou o tempo necessário para cada um, na hora certa?
O paradigma aqui é: Se o tempo é um só, onde é que vale mais a pena usar esse tempo para crescer meu negócio?
Muita gente, principalmente quando abre um negócio, coloca muito mais tempo no trabalho externo.
Vai fazer curso, fazer marketing, dar palestra, gravar vídeo, conhecer gente…
Elas nao param para olhar pro interno e isso gera um grande desequilíbrio no negócio. Serviços que prometem tudo e não entregam nada. Retrabalho, clientes insatisfeitos, pedidos de devolução do dinheiro.
O que eu espero que este episódio te ajude a enxergar é que o trabalho interno é tão necessário quanto o externo. Um precisa do outro.
Divida seu tempo de trabalho entre esses dois lados, crie o hábito de revezar entre eles e veja o quanto sua iniciativa vai mais longe.
Esse foi o primeiro artigo da série quebrando os paradigmas do marketing, onde quebramos o paradigma de que é possível fazer tudo, é só querer.
Além de ler, você pode ouvir os episódios no Slow Talks ou assistir no Youtube.
Em breve um novo episódio para você quebrar mais paradigmas!
Me conte o que achou, que insights teve ou sugestões de assunto para os próximos episódios enviando um email para slowmarketing@anafragoso.com.
Oi, Ana, adorei o conteúdo. Estou num caminho de mentoria a dentistas que tem muito deste olhar… um convite ao “caminho interno” do profissional de odontologia para que possa oferecer um atendimento com cuidado e afeto, para além da técnica.
Luciane, isso é muito importante! Espero que a reflexão tenha ajudado por aí! Obrigada por ler e comentar.
Ótima reflexão Ana. Eu me pego ainda aprendendo a me relacionar com tudo que eu poderia fazer…. Sinto que este é um desafio meu, pois é da minha personalidade ser uma desbravadora de mundos, aquela que gosta de ver e de aprender de tudo um pouco. Lidar com isso e colocar os limites para equilibrar tudo é uma desafio constante por aqui.
Obrigada pelas dicas. Beijo